quarta-feira, fevereiro 21, 2007

BSC - Implementação do Planejamento Estratégico

Escrever sobre planejamento estratégico não é tarefa fácil, pois muitas são as perspectivas onde se pode desenvolver o tema e, todas elas importantes, mas discorreremos sobre uma das ferramentas usadas na elaboração do planejamento. É a segunda abordagem sobre o tema, posto que já iniciássemos no artigo “Estruturando para o Planejamento Estratégico” neste sítio anteriormente, sobre a preparação que a organização deve empreender neste sentido.

Um dito popular diz que “toda jornada começa com um primeiro passo”. Uma caminhada de longa distância ou duração começa bem antes do primeiro passo – inicia nos preparativos necessários para a empreitada – essa antevisão minuciosa dos objetivos, do percurso, das necessidades, tempo, custos, recursos, riscos... - é o “planejamento”.

Kaplan e Norton disponibilizam uma ferramenta de alta eficácia – o Balanced Scorecard (BSC) para uma das fases do planejamento - a implementação, orientando o projeto nos esforços requeridos: 1- ganhos na perspectiva dos proprietários ou acionistas (financeira), 2- melhorias sob o foco dos clientes (conformidade e atendimento), 3- racionalização dos processos internos (produtividade e qualidade) e 4- implementação do aprendizado e crescimento do capital humano (desenvolvimento individual e organizacional).

Embora o planejamento não seja prescritivo como “uma receita de bolo” podemos trilhar um caminho sugerido pelo BSC que é um guia na condução ao destino almejado com maior segurança. O encadeamento das ações propostas por Kaplan e Norton se traduz num instrumento bastante simples e lógico, pois se almejamos o lucro, teremos que conquistar mais e melhores clientes e para tanto temos que melhorar os produtos e serviços, o que será conseguido com a aprendizagem e desenvolvimento dos colaboradores internos.

Independente da linha de pensamento estratégico utilizada, as orientações devem conduzir o planejamento com base nas oportunidades do ambiente, que aliadas às potencialidades internas requeridas (existentes ou por desenvolver) que projete a organização na conquista de vantagens ante o mercado competidor. Os “sentidos” (visão, audição, tato,) estão na área de Inteligência da organização que devem ver mais longe, ouvir antes, sentir melhor que os competidores, o que o mercado oportuniza. No ambiente interno precisa conhecer bem a si própria, pois toda empresa sabe (ou deve saber) das fragilidades ante a concorrência, posto que sejam fortes motivadores do plano de melhorias.

Ainda sobre o BSC - a visão ofertada pelos mapas estratégicos, scorecards e as árvores de interações com suas relações de “causa e efeito” descoberta um panorama por vezes obscuro, trazendo à tona orientações subjacentes às premissas iniciais. (ver exemplos e ilustrações).

Mapa Estratégico

As quatro perspectivas sugeridas por Kaplan e Norton não devem ser tomadas como um padrão. Podem-se agregar outras perspectivas como meio-ambiente, mercado (expansão), etc. No exemplo, a perspectiva interna tem um quadro destacado (conformidade) que está detalhado na figura abaixo (scorecard) com indicadores, metas e iniciativas a serem seguidas no projeto para se conseguir este intento – melhoria na conformidade (por ex.), assim entende-se que serão necessários projetos específicos que integrados, sistematizados e articulados comporão o plano geral resultante do planejamento estratégico.

Scorecard

Exemplo de Scorecard para o item conformidade.

Árvore de causa e efeito

Exemplo de árvore de interações onde se pretende um aumento na produtividade (fazer mais com menos) e para tanto, se fatora os componentes de custos. A organização que conhece a si própria sabe onde conseguir melhorias nestes quesitos. Por sua vez, alguns custos têm desdobramentos que formam o 3º nível da árvore e assim sucessivamente. Detalhando-se os desdobramentos (explosão) teremos uma árvore em níveis extremos que trarão a clara visão das ações a ser empreendidas e orientar o desenvolvimento projetos nas áreas específicas para sanar os problemas.