quarta-feira, novembro 11, 2009

Empreendedorismo

“É preciso ver antes, ver mais, ver melhor e ver mais longe”.

As faculdades acima caracterizam o empreendedor, pois empreendedorismo é fazer algo de forma oportunista, diferenciada, criativa e revolucionária que atenda as necessidades, interesses ou desejos de uma clientela. Esta é a combinação perfeita para o sucesso: 1. Oportunismo: fazer algo antes dos outros; 2. Criatividade: fazer algo de maneira diferente; 3. Idealismo: fazer algo que satisfaça; 4. Visionário: fazer algo que provoque impacto ou transformação.

Para Schumpeter - pai do conceito – o empreendedorismo está em “fazer coisas novas ou coisas que já são feitas de uma nova maneira...” (apud Mintzberg et al., 2000 – pag. 101) assim, o empreendedor não é necessariamente um inovador nato, pois inovação não é somente produzir um produto ou serviço inédito, mas em fazer coisas existentes de novas maneiras, o que o caracteriza um oportunista (ver antes). O empreendedor é antes de tudo um corajoso, posto que assuma maiores riscos porque acredita na sua visão do negócio e, desta forma, caracteriza-se como idealista, que ‘vê mais’ que os outros. O fato de vislumbrar o sucesso em algo novo torna o empreendedor um otimista em querer preencher lacunas em um segmento, ‘vendo melhor’ que os outros. Criar novas maneiras de atender um mercado faz dele um visionário que ‘vê mais longe’ que os outros.

Empreendedores são obstinados por seus projetos, embora estejam conscientes dos riscos. Assim eram os descobridores que “através dos séculos... deram o primeiro passo ao longo de novos caminhos, sem outros recursos além de sua própria visão”. (Ayn Rand).

Posturas diferenciadas:
- O empresário procura remunerar seu capital através do investimento em negócios; o empreendedor procura os negócios com pouco investimento para criar o capital.
- O empresário segue ‘trilhas’ de baixo risco; o empreendedor segue ‘pegadas’ aceitando incertezas.
- O empresário segue caminhos já existentes; o empreendedor abre-os.
- O empresário procura lugares para criar seus negócios e atender novas clientelas; o empreendedor procura criar clientelas.
- O empresário atende clientelas com demandas existentes; o empreendedor satisfaz clientelas com novas demandas.
- O empresário aposta na competência; o empreendedor, nas idéias. O empresário é movido pela razão; o empreendedor, pela emoção.
- O empresário busca segurança; o empreendedor, aventura.
- O empresário, ao abrir um novo negócio escolhe os capacitados que conheçam as melhores práticas para comporem a equipe; o empreendedor ao criar um novo negócio capacita os escolhidos para criarem novas práticas.
Quando o empreendedor perde a criatividade, ele morre e o empresário que existe nele, assume o lugar.

Existe o empresário-empreendedor que já tendo um negócio, encontra novas formas de atuar; um exemplo é o Sr. Sam Steinberg, proprietário da rede de supermercados Steinberg´s no Canadá que inovou ao criar o auto-serviço em 1933. Já o empreendedor-empresário é todo aquele que administra seu negócio com competência e permanece no mercado. Não cabem aqui comparações utilitaristas entre as duas personagens: as caracterizações do empresário e do empreendedor pelo realce das diferenças são para maior compreensão dos conceitos.

O empreendedor não precisa ser necessariamente um empresário, posto que como funcionário possa implementar idéias criativas, praticando o intra-emprendedorismo, já como empresário, ele tem que tomar todas as precauções que qualquer negócio demanda, não bastando suas aptidões, tem que administrar com proficiência.

Sabemos de muitas escolas e cursos específicos que pretendem formar empreendedores e, isto válido no que tange a despertar empreendedores adormecidos, mas tenho dúvidas quanto à eficácia da pretensão, posto que não se crie empreendedores em salas de aula - são criações de berço. Pode-se sim, formar empresários que construam um plano de negócios coerente e consistente com os objetivos e a realidade.

Como nasce um empreendedor? Mintzberg (2000 – pag 103) cita as pesquisas de Collins e Moore (The Organizations Makers, 1970) sobre a vida de 150 empreendedores desde a infância “... como pessoas duras e pragmáticas... com necessidade de realização e independência. Em algum ponto de suas vidas... enfrentaram um rompimento (deterioração de papel)... transformando seus dilemas em projeção de negócios”. Outras características são a necessidade de controle, ressentimento com relação à autoridade e tendência em aceitar riscos moderados, intuitivos, persuasivos, otimistas, determinados e confiantes - pessoas com ‘espírito de caçador’.