terça-feira, novembro 17, 2009

Ações, Intenções, Necessidades e Desejos

Intenção sem ação é ilusão. Ouse fazer e o poder lhe será dado”. (Lair Ribeiro)

As ações são manifestações de atitudes, sendo através destas que o ser humano interage e constrói o mundo a sua volta, alterando a realidade. Difícil configurar todas as modalidades de ações, posto que se tenham grupos diferentes delas para cada intenção. Por exemplo, se a intenção é ajudar o próximo, pode-se dar uma esmola, prestar um favor ou realizar um trabalho comunitário, desta forma para a motivação - “ajudar o próximo” - tem-se três tipos de ações diferentes. A intenção precede a ação, pois nada se realiza se não houver uma motivação – uma predisposição.

As necessidades e desejos sempre foram os guias subjacentes das atitudes humanas. São eles que determinam as variadas formas e intensidade da motivação, está neles toda a origem das intenções. Assim se forma a cadeia que determina as atitudes e, consequentemente as ações, o que justifica ser a motivação um elemento intrínseco do ser humano.

Dentre as formas de poder está o poder de fazer, sendo que a força motriz deste poder é a vontade. Segundo Albert Einstein: “Deus nos fez perfeitos e não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos. Fazer ou não fazer algo, só depende de nossa vontade e perseverança”.

Dos três vetores componentes da competência humana, o vetor central é o da atitude, sendo os dois outros – o conhecimento e a habilidade - secundários, posto que buscá-los e desenvolvê-los depende de nossa vontade, sendo a atitude a condição seminal. Para se ter o conhecimento e técnica há que se ter a vontade e determinação.

A pirâmide motivacional de A. Maslow com a escala de necessidades humanas ajuda a entender o porquê das atitudes diferenciadas, pois não existe dois seres humanos com a mesma quantidade ou intensidade de necessidades.
Ele classificou as necessidades em cinco níveis, a saber:
- Necessidades fisiológicas - sobrevivência do indivíduo e a preservação da espécie (abrigo, alimentação, repouso, etc.)
- Necessidades de segurança -: busca de proteção contra a ameaça ou privação, ao perigo e à preservação da vida.
- Necessidades sociais - associação, participação, aceitação por parte dos companheiros, troca de amizade, afeto, amor...
- Necessidade de estima - auto-apreciação, autoconfiança, aprovação social, respeito, status, prestígio, consideração e reconhecimento, além de desejo de força e de adequação, de confiança perante o mundo, independência e autonomia.
- Necessidade de auto-realização - realização do próprio potencial e de auto desenvolver-se continuamente.

Quando satisfeitas as necessidades de um patamar apresentam-se as do nível imediatamente superior, dai passamos espontaneamente a ter novas pretensões e assim sucessivamente até o topo da pirâmide. Porém isto não ocorre para todos os indivíduos e sim para aqueles dispostos a crescer nas mais diversas dimensões (cultural, social, financeira, intelectual, etc.).
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Desconsiderando certas patologias psíquicas (por ex.: as compulsões) somos instados por razões diversas, sendo a raiz destes motivos a necessidade ou desejo pessoal que cada um precisa atender ou satisfazer. Assim, se estamos saciados paramos de comer, se somos abastados não buscamos freneticamente os ganhos, lucros, etc.

Disto resulta que certas equipes profissionais que não atingem as expectativas ou metas estipuladas necessitem ser estimuladas com prêmios ou gratificações para aumentar seu empenho na busca dos objetivos, mas isto não é motivar e sim incentivar, posto que não exista motivação exógena, quero dizer de fora para dentro. Isto ocorre porque seus participantes estão satisfeitos com suas remunerações, benefícios, condição profissional, etc. e naturalmente desmotivadas para uma carga adicional.

Portanto, se pretender motivar alguém crie uma necessidade ou desperte um desejo e a motivação virá naturalmente, isto seria verdadeiramente a base de um programa motivacional, se não fosse antiético e uma crueldade desmedida para com o próximo.

08/05/2009